Com o olhar atento ao mist&eacute;rio de reprodu&ccedil;&atilde;o da vida no &acirc;mago da natureza, os seus ciclos repetidos, <i>No Tempo Lento </i>re&uacute;ne mem&oacute;rias de acontecimentos d&iacute;spares de tr&ecirc;s tempos distintos: a inf&acirc;ncia de rituais rurais e a vida calma na aldeia circundada de pinhais, p&aacute;ssaros e ninhos - descritos com min&uacute;cia e enlevo -, e as recorda&ccedil;&otilde;es das lendas contadas pela av&oacute;; a adolesc&ecirc;ncia com as ilus&otilde;es e desilus&otilde;es do imp&eacute;rio e reminisc&ecirc;ncias das est&oacute;rias da av&oacute; &agrave; lareira, como a do &ldquo;Reino Encantado do Congo&rdquo;, que o autor revisita e contextualiza face &agrave; sua forma&ccedil;&atilde;o em Hist&oacute;ria; a fase adulta e o fim das ilus&otilde;es, com o autor a cumprir comiss&atilde;o militar no norte de Angola, outrora, parte integrante desse mesmo Reino do Congo, recordam-se acontecimentos tr&aacute;gicos ou p&iacute;caros ocorridos no dia a dia da Companhia e da sanzala. O acompanhamento do passar do tempo com hist&oacute;rias, poesias e costumes de outros tempos, lentos, de sonhos e deslumbramentos, leva-nos a refletir sobre as guerras, sobre o ser humano, sobre a rela&ccedil;&atilde;o do homem com a natureza e sobre o nosso tempo, agora digital, fugaz e acelerado.<br />Epilogando e utilizando as palavras do autor: &ldquo;cada tempo tem os seus contextos espec&iacute;ficos, nem melhores nem piores, apenas adequados &agrave;s novas circunst&acirc;ncias e estilos de vida, e o que levamos desses tempos, s&atilde;o as mem&oacute;rias, que nos impedem de dissolver no espa&ccedil;o e no tempo, permitindo-nos saber quem somos, a todo o momento, depois de tudo aquilo que se foi desprendendo de n&oacute;s durante a longa caminhada. Por isso, agora e sempre, recordemos o que nos fez felizes, deixou-nos saudades e aqueceu-nos o cora&ccedil;&atilde;o. Porque se a MEM&Oacute;RIA, ess&ecirc;ncia, alma e seiva da vida, bruscamente se apagasse, este livro seria uma assustadora tela vazia de sensa&ccedil;&otilde;es, emo&ccedil;&otilde;es e sentimentos&rdquo;.<br /><br /><b>Ant&oacute;nio Oliveira Almeir&atilde;o</b> nasceu em Espinheiro, concelho de Alcanena, distrito de Santar&eacute;m, em 1951.<br />Fez o Curso Geral do Comercio em Santar&eacute;m, a Licenciatura em Hist&oacute;ria na Faculdade de Letras da Universidade Cl&aacute;ssica de Lisboa e o Mestrado em Sociologia - Variante Gest&atilde;o de Recursos Humanos - na Universidade de &Eacute;vora. Cumpriu comiss&atilde;o militar em Angola como Alferes (1973-75), com a especialidade de Opera&ccedil;&otilde;es Especiais - Rangers de Lamego. Desempenhou fun&ccedil;&otilde;es T&eacute;cnicas e T&eacute;cnico-Superiores no Centro Regional de Seguran&ccedil;a Social de Santar&eacute;m e de Diretor de Servi&ccedil;os (Secret&aacute;rio) na Escola Superior Agr&aacute;ria do Instituto Polit&eacute;cnico de Santar&eacute;m. &ldquo;No Tempo Lento&rdquo; &eacute; o primeiro livro que edita.