As sciencias historicas e sociaes transformam-se actualmente sob o poderoso influxo dos factos, principios e methodos das sciencias da natureza. A archeologia &eacute; a principal das vias por onde se op&eacute;ra esta grande transforma&ccedil;&atilde;o. Relacionada por uma parte com a geologia, a paleontologia e a anthropologia, e por outra parte com a historia, tem aproximado, attrahido, ligado estas sciencias que a differen&ccedil;a das idades e dos methodos respectivos por tantos annos conserv&aacute;ra afastadas e independentes umas das outras.<br />A tradi&ccedil;&atilde;o e a auctoridade d&rsquo;aquelles que o precederam guiam e esclarecem o historiador. Ao naturalista falta-lhe a tradi&ccedil;&atilde;o; tem apenas os vestigios dos factos para os explicar e relacionar; mas, por isso mesmo, afaz-se a observar, analysar, comparar e induzir com toda a for&ccedil;a que d&aacute; o exercicio &aacute;s faculdades intellectuaes, e com a independencia a que o espirito humano se habitua, desprendido inteiramente de opini&otilde;es antecipadas e de systemas preconcebidos. O historiador principia pelo mais antigo dos factos que a tradi&ccedil;&atilde;o refere, e deduz depois chronologicamente todos os outros at&eacute; chegar &aacute; actualidade. O geologo segue o caminho inverso; come&ccedil;a pelos factos contemporaneos e, induzindo do conhecido para o desconhecido, interpretando pelo presente o passado, remonta-se, de vestigio em vestigio, at&eacute; &aacute; origem da terra.