Hoje, sem querer, escrevi um livro. As p&aacute;ginas foram numeradas com a maior<br />eleg&acirc;ncia que as palavras podem ter quando fazem sentido.<br />A capa retrata a imperfei&ccedil;&atilde;o da vida com a naturalidade que lhe &eacute; permitida.<br />Foi o fim que me levou tudo, que deixou os fantasmas pelo caminho,<br />fechados em gavetas sem chave.<br />Se voltarem, voltam livres, n&atilde;o ficam com vontade de ficar, nem de assombrar.<br />Sabem que n&atilde;o fazem c&aacute; falta nenhuma, porque n&atilde;o h&aacute; j&aacute; espa&ccedil;o para todos.<br />Fechei v&aacute;rios cap&iacute;tulos, virei a p&aacute;gina com a absoluta certeza que ali ficaram todas<br />as minhas dores, todas as minhas lutas, todas as minhas afli&ccedil;&otilde;es.&nbsp;<br />A mulher que sou hoje &eacute; livre, &eacute; ainda mais autossuficiente nas suas decis&otilde;es,<br />&eacute; plena, &eacute;, acima de tudo, irreverente perante as circunst&acirc;ncias que a vida lhe<br />coloca pela frente, com a diferen&ccedil;a que consegue lidar com isso, como se nada fosse.<br />&nbsp;<br />Eu, que nunca soube escrever contos de fadas com finais felizes.