O tema da reencarna&ccedil;&atilde;o, fruto de v&aacute;rias controv&eacute;rsias associadas com o sentido da vida, tem sua origem em diferentes perspectivas religiosas. E, curiosamente, v&aacute;rias dessas perspectivas diferem em termos hist&oacute;ricos e interpretativos. Muito embora o cristianismo actual, por exemplo, defenda, na sua globalidade, a inexist&ecirc;ncia da reencarna&ccedil;&atilde;o num plano terrestre, aceita a ideia em termos de reencarna&ccedil;&atilde;o num outro plano astral, o chamado para&iacute;so.<br /><br />Apesar de tudo, qualquer que seja a perspectiva aceite, nenhuma nega realmente a reencarna&ccedil;&atilde;o, mas t&atilde;o-somente transforma o modo como esta &eacute; interpretada. Para compreender o que realmente significa isto, temos que observar a associa&ccedil;&atilde;o do prop&oacute;sito da vida com o significado de reencarnar.<br /><br />O processo de reencarnar, mesmo dentro de temas como o para&iacute;so ou inferno, compreende um processo evolutivo, cujo resultado &eacute; um composto dos comportamentos bons ou maus durante uma vida. Mas, tanto a religiosidade eg&iacute;pcia antiga como o budismo tibetano no seu estado inicial, defendiam a mesma posi&ccedil;&atilde;o. Em todos os casos, o falecido era julgado mediante seus actos em vida.<br /><br />O problema na interpreta&ccedil;&atilde;o de tal vis&atilde;o respeita essencialmente &agrave; tend&ecirc;ncia para a observar como sendo relacionada com a culpa. O que, por outro lado, nos condiciona a analisar a perspectiva da responsabilidade sobre o acto numa atitude cr&iacute;tica e de julgamento.<br /><br />Ser&aacute; poss&iacute;vel observarmos algo mais que isto, algo mais interessante e enriquecedor?<br /><br />Se olharmos para a vida como um todo, n&atilde;o temos duvidas que sim. Toda uma vida, desde o nascimento, foi composta por milhares de decis&otilde;es e cada decis&atilde;o produziu um determinado efeito, bom ou mau. E a an&aacute;lise externa das condicionantes afectando as decis&otilde;es &eacute; o que nos permite considerar o n&iacute;vel da nossa consci&ecirc;ncia, bem como os passos seguintes &agrave; sua evolu&ccedil;&atilde;o.<br /><br />A an&aacute;lise a realizar permite repensar as vari&aacute;veis que afectaram o nosso comportamento e aprender destas. Ali&aacute;s, n&atilde;o seria justo pensar nisto de outro modo, e impedir a aprendizagem cont&iacute;nua. Pois, faz&ecirc;-lo, levar-nos-ia a considerar que a miseric&oacute;rdia n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel numa s&oacute; vida, o que n&atilde;o &eacute; verdade. Muito embora possamos n&atilde;o estar consciences disso, existe sempre uma forma de reformular a exist&ecirc;ncia e recome&ccedil;ar a viver melhor, com base nos nossos erros passados e pelos quais obtemos consci&ecirc;ncia.<br /><br />Este tipo de postura &eacute; fundamental para percebermos que detemos responsabilidade sobre toda a nossa exist&ecirc;ncia, bem como os acontecimentos, esperados e inesperados, que decorrem ao longo desta, e que est&atilde;o profundamente associados com nossas atitudes e escolhas.